segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Castelo de Cartas

Rei de Paus. Mesmo aqui, encostado ao Valete de Espadas, ao lado esquerdo da minha alma.
Com a mão precisa, pego agora no Duque de Ouros, tripla parte da Sena a que se encosta, que amontoo nesta margem ao Sul de mim.
Perdi já a conta aos 204 baralhos que investi neste Castelo e aos dias que se empilham em horas de paciências fingidas.

Empunho o Terno de Espadas no preciso momento em que irrompes pela sala dentro e bates a porta atrás de ti. Toda tu, impetuosidade. Toda tu, urgência vestida de vento, premência avassaladora, tornado, ciclone, turbilhão de ti.

Serpenteias por entre as cartas que te caem aos pés e sorris-te, indiferente ao sorriso que te escondo amargo, oculto na doçura do meu olhar.
As cartas, essas, caem ainda.

Engraçado. Reparo agora que a Dama de Copas se mantém de pé, debruçada sobre o seu Joker.
É melhor apagar a luz. Não queremos arriscar acordá-los...

2 comentários:

  1. Assisti, impotente à tempestade furiosa que se desencadeou e fez levantar voo quase todos os rostos que me eram familiares agora nada me resta de abrigo.
    Em equilíbrio precário encostada ao Joker que me sustenta, rezo para que me notes, para que me vejas.
    Tenho posto o meu mais garrido vestido encarnado…

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  2. 204 baralhos / 12 rotações da terra sobre o Sol = 17 Gregórios :)
    cool itas

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