Sopra agora uma brisa fresca e o sol que me queimou a pele teima em já não me aquecer.
Aos poucos, sem que eu notasse, a praia ficou deserta.
Sozinho, ouço o canto do mar que me chama para ti e o silêncio da areia que me convida a ficar. Levanto-me e pego no casaco que desejava ter trazido. Fez-se uma noite fria.
Caminho em direcção às fogueiras que descortino no horizonte. Mais perto, ouço já as vozes desafinadas de um grupo de adolescentes que, ao ritmo do crepitar da fogueira, tentam disfarçar o real motivo que os trouxe ali. Evito-os.
Um pouco mais à frente, um casal troca longos beijos enamorados e joga Tetris com o corpo. Nem dão pela minha presença. Penso na areia e sorrio.
Continuo, até encontrar o meu espaço, um pedaço de praia só meu.
Será aqui? Parece-me que sim, penso, antes de me sobressaltar com o ladrar de um cão de água que corre, alegremente, à frente dos donos.
Parece-me que não. Desisto. Vou para casa.
Chegou o Verão, praias cheias, filas intermináveis, pic-nics e condutores de Domingo.
Chegou o Verão... quando volta o meu Inverno?
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