Sinto o teu toque frio e metálico na ponta dos meus dedos.
Rodo-te, como se minha fosses, entre o indicador e o polegar.
Viro-te, vezes sem conta, na ânsia de encontrar um teu sinal que não chega.
Desisto...
Num ímpeto, atiro-te ao ar e estendo a mão, que recolho no exacto segundo em que a ela voltas.
Cais, abandonada, no chão molhado.
Resisto à vontade de te olhar e sigo o meu rumo.
Cara ou coroa?
Não sei... há diferenças?!?
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…Sigo o meu rumo…
ResponderEliminarCom o peso dos bolsos que teimo em suportar, no direito: berlindes sujos, gastos e lascados que em tempos rolaram na leveza de uma ilusão; cartas corroídas pelo tempo, cobertas de marcas que denunciam qualquer jogador, amassadas pela frustração de um perdedor; no bolso esquerdo levo as peças de xadrez meticulosamente guardadas numa caixa com código de segurança: intocáveis, imaculadas, minhas…
Tenho os bolsos cheios, pesados, não cabe nem sequer mais uma palha…E ao mesmo tempo tão vazios…
Absorto em mim mesmo, desatento e descuidado deixei-te cair…Sacudo o lenço de cetim do bolso do casaco e envolvo-te com carinho enquanto, suavemente, te vou polindo para ter de volta o brilho a que já me tinhas habituado…
Desculpa…
Cara ou Coroa?
Calma… Estou a brincar… desta vez eu lanço um pilha…e levo-te comigo…
C&M