quinta-feira, 28 de maio de 2009

Noite

A noite esconde-se na sua própria sombra e apanha-me de surpresa.
Segreda-me ao ouvido, com a doce ousadia dos amantes, as razões com que sabe convencer-me. As suas razões, não tão raras vezes as nossas razões.
Fala-me do tempo, do silêncio e do espaço que parece ganhar nova vida. À noite, tudo tem outro sabor. À noite, tudo me sabe a mim.

Voltaste? - pergunto-lhe.
Vem, envolve-me com o teu manto negro. Cobre-me. Abriga-me. Protege-me.

Vem... hoje faço-te companhia!

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