A noite esconde-se na sua própria sombra e apanha-me de surpresa.
Segreda-me ao ouvido, com a doce ousadia dos amantes, as razões com que sabe convencer-me. As suas razões, não tão raras vezes as nossas razões.
Fala-me do tempo, do silêncio e do espaço que parece ganhar nova vida. À noite, tudo tem outro sabor. À noite, tudo me sabe a mim.
Voltaste? - pergunto-lhe.
Vem, envolve-me com o teu manto negro. Cobre-me. Abriga-me. Protege-me.
Vem... hoje faço-te companhia!
quinta-feira, 28 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Speeding
A word to the wise:
If you like driving, you want to keep your Drivers License and you hate throwing 300 EUR away... don’t get caught going 187 km/h on a 100 km/h limit road...
It’s not that funny. Just take my word for it...
If you like driving, you want to keep your Drivers License and you hate throwing 300 EUR away... don’t get caught going 187 km/h on a 100 km/h limit road...
It’s not that funny. Just take my word for it...
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Desenho
Atropelam-se-me, na pele, os pensamentos,
Amontoam-se-me, nos olhos, as verdades
E o tempo, na eternidade dos momentos,
Insiste em me mostrar cumplicidades.
Irrompo pelas encruzilhadas do que sou,
E perco-me, sem sentidos, sem sentido,
Nas margens de um rio que amanhã secou
E hoje, em seu leito, me traz escondido.
Deixo-me vencer por um imenso cansaço,
Por esta fome desvairada de querer,
Pela ausência que encontro no meu espaço.
E à noite, quando me deito, já sem me ver,
Reuno toda a vontade num só traço
E, em mim, desenho a vida que hei-de viver!...
Desenho vales e rios em tons de verde,
De azul, o céu e o mar que me espera.
Desenho as folhas que o Outono perde
E as flores com que lhe ganha a Primavera.
Pinto o cheiro de rosas no Verão
E, no céu, um candeeiro de luar.
Pinto o mundo com o branco de um nevão
e de Inverno enfeito todo o ar.
Pinto a minha vida de mil cores,
Dou-lhe cheiros, gestos e sabores,
Dou-lhe o tempo isolado do seu fim.
No final, ao contemplar o meu desenho,
Percebo que no meu, o teu engenho,
Me pintou uma vida igual a mim!...
Amontoam-se-me, nos olhos, as verdades
E o tempo, na eternidade dos momentos,
Insiste em me mostrar cumplicidades.
Irrompo pelas encruzilhadas do que sou,
E perco-me, sem sentidos, sem sentido,
Nas margens de um rio que amanhã secou
E hoje, em seu leito, me traz escondido.
Deixo-me vencer por um imenso cansaço,
Por esta fome desvairada de querer,
Pela ausência que encontro no meu espaço.
E à noite, quando me deito, já sem me ver,
Reuno toda a vontade num só traço
E, em mim, desenho a vida que hei-de viver!...
Desenho vales e rios em tons de verde,
De azul, o céu e o mar que me espera.
Desenho as folhas que o Outono perde
E as flores com que lhe ganha a Primavera.
Pinto o cheiro de rosas no Verão
E, no céu, um candeeiro de luar.
Pinto o mundo com o branco de um nevão
e de Inverno enfeito todo o ar.
Pinto a minha vida de mil cores,
Dou-lhe cheiros, gestos e sabores,
Dou-lhe o tempo isolado do seu fim.
No final, ao contemplar o meu desenho,
Percebo que no meu, o teu engenho,
Me pintou uma vida igual a mim!...
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Ribalta
Trazem-me as luzes da ribalta
Memórias de outros carnavais,
Em peças de actos desiguais
E sons apagados de uma pauta.
No palco, a vida roda e salta
E dança, em figuras colossais,
Os sonhos, que lhe pintam os demais
E à vida, ela própria, fazem falta.
No camarim atropelam-se os actores,
Veste-se a nudez em seu redor
E despem-se, de pétalas, as flores.
Trocam-se os aplausos pela dor,
O cansaço perde-se em odores
E a vida, mesmo ali... no corredor...
Memórias de outros carnavais,
Em peças de actos desiguais
E sons apagados de uma pauta.
No palco, a vida roda e salta
E dança, em figuras colossais,
Os sonhos, que lhe pintam os demais
E à vida, ela própria, fazem falta.
No camarim atropelam-se os actores,
Veste-se a nudez em seu redor
E despem-se, de pétalas, as flores.
Trocam-se os aplausos pela dor,
O cansaço perde-se em odores
E a vida, mesmo ali... no corredor...
Subscrever:
Mensagens (Atom)